sábado, 14 de maio de 2011

Marx e a contradição no capítulo IV do Livro I

Marx, muito curiosamente, no capítulo IV, diz apenas que a MV surge e não-surge na circulação. Ainda não fala da produção para não antecipar a exposição. É como uma obra dramática, onde opta Marx por deixar um suspense. A MV surge e não surge na circulação. Ela surge na Produção? Sim e não! Ela surge na circulação? Sim e não! Para ocorrer a valorização, na produção, é preciso ocorrer, antes, a compra da força de trabalho. Mas a compra da força de trabalho, por si só, não cria nada. Ou seja, uma esfera não se explica somente por si, nem a outra. Somente o entrecruzamento das duas esferas.

Veja, o problema não é da produção e da realização dela, propriamente. Esses são dois momentos separados no tempo. O problema é que a valorização da FT pressupôs sua compra na circulação e a compra na circulação pressupôs o uso da FT na produção. Ou seja, onde uma coisa pressupõe a outra, estamos no domínio da contradição. Ou como será possível que uma coisa pressuponha a outra e vice-versa?

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