domingo, 15 de maio de 2011

livro I - cap. IV, 10º parágrafo do primeiro item

parágrafo 10
Analisando com mais calma, vemos as diferenças: na circulação simples a mercadoria inicial não é igual à mercadoria final. Ou seja, ainda que sejam trocas de mercadoria, a finalidade é o uso, a qualidade, o conteúdo da troca.

Na segunda forma, a fórmula do capital, é a mesma coisa que está no começo e no fim, sendo distinguível de si mesma apenas em quantidade. Ou seja, uma forma mistificada, ou forma aparentemente não contraditória, tautológica. Aparentemente, a mercadoria funciona como o Ser-Um parmenideano. Ela parece ser um ser sem contradição, pois parece ser apenas um discurso sobre o mesmo (tauto-lógos), como se nisso, nessa relação somente com o Mesmo, somente com si-mesma, não houvesse contradição. Assim, por isso a mercadoria parece ser fetichizada, pois ela parece ter vida própria, para além da vontade dos homens e, mais ainda, parece controlar os homens.

Como o oroboro, a cobra que come o próprio rabo. Parece assumir outra forma para voltar a si mesma e ser, sempre, o mesmo que si em sua identidade. É como no fragmento 5 de Parmênides:

(5,1) "Igual é para mim por onde comece, pois ali mesmo de novo retornarei"

O valor parece ser um sujeito automático por completo. No entanto, Marx mostrará que a mercadoria, enquanto universal, é outra coisa que não um sujeito automático. É um ser histórico, determinado, que surge em determinadas condições de troca e, no mundo do capital, com a FT sendo mercadoria, se torna "a forma elementar".

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