quinta-feira, 14 de abril de 2011

retomada geral -- livro III

o lucro do capitalista é representado em relação com o capital global.

Marx criticou os economistas clássicos (smith e ricardo, que formularam inicialmente a teoria do valor-trabalho) por incluírem imediatamente a taxa de lucro na produção do valor.
A inconsistência adviria, na economia política, uma vez que o elemento racional (valor-trabalho) é abandonado em nome da equiparação entre lucro, taxa de lucro e MV (irracional). Ou seja: em nome de explicar os fenômenos abandonou-se o aspecto racional.

é necessário separar a produção de valor da apropriação dele. existe, portanto, um lucro médio de todos os ramos (e que determina a formação do preço de produção).

não existe nem pode existir uma diversidade de taxas de lucro na economia capitalista:
• os diversos ramos existentes devem ser rentáveis, do contrário não existiriam;
• assim como para os economistas burgueses clássicos, a concorrência impõe uma tendência de nivelamento das taxas de lucro (formação de uma taxa geral de lucro) dos diversos ramos capitalistas;
• a concorrência entre os ramos industriais tende a nivelar as taxas de lucro setoriais.
capitais fluem entre os ramos, buscando aqueles que estão com maior lucratividade (o sistema financeiro ajuda isso?).
citando o texto do callinicos:

"O capitalista B, vendo A conseguir uma taxa de lucro mais alta que a dele, naturalmente irá querer uma parte para si, ele irá deslocar uma parte de seu capital para a indústria A. Isso levará a um aumento na produção, e esse aumento continuará até que a oferta desses bens exceda a demanda. Uma vez que existam mais desses bens à venda do que compradores, os preços desses bens cairá. Assim essas mercadorias acabarão sendo vendidas abaixo de seu valor, e a indústria A se tornará menos lucrativa".

o capital concorre pelos lucros dos negócios mais lucrativos e, quando for possível, mudará de um tipo de atividade econômica por outra.

capital será injetado, sempre que haja perspectivas de ganhos suficientes. Ao se perder uma perspectiva, aparecem outras. Os investimentos são distribuídos nas diversas esferas e linhas de produção, dependendo do princípio da rentabilidade, isto implica distribuição do trabalho social de acordo com as necessidades de trabalho excedente para acumulação de capital.

curiosamente, é este fluxo competitivo de capital que faz nascer a tendência em igualar as taxas de ganhos do capital.

Até certo ponto, é possível a igualdade da composição orgânica do capital no interior de um determinado ramo industrial, entretanto, isto não pode ocorrer entre esferas de produção totalmente diferentes. Sob um aspecto, as taxas individuais de lucros só podem se igualar na circulação.

a distribuição de MV é um assunto social.

há fluxo de entra da capitais em ramos com taxa de lucro superior e saída de capitais dos ramos com lucro inferior. relação com oferta e demanda.

esse processo dá origem a uma taxa geral de lucro nacional.

lucro médio é aquele que permite obter a taxa geral de lucro; é aquele que em média cabe ao capital de um dado ramo, com qualquer composição. o preço que lhe garante é o preço de produção.

preço de produção: preço de custo + lucro médio

Não existe nenhuma maneira direta de encontrar o preço de uma mercadoria em seu valor, ou vice-versa. Não existe nenhuma transformação observável de valores em preços, pois, o conceito de valor só tem significado com relação ao capital social.
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para entrar no cálculo da taxa geral de lucro entre os ramos, marx toma vários ramos como se fossem constituído por apenas um capital em cada.
a concorrência entre os ramos gera uma taxa de lucro comum. há a transferência de MV. a taxa geral de lucro determina-se no nível da totalidade do sistema de produção de valor (maisvalia social global / capital social global).

os diversos capitais participam da sua apropriação de acordo com sua dimensão total. os capitais com maior composição orgânica têm maior produtividade (maior geração de valor de uso por hora de trabalho). atendem necessidade sociais com menor dispêndio de trabalho vivo (pois têm maior composição orgânica).

há uma diferença, para cada capital, entre a MV que produz e o lucro que apropria. Mas isso é do ponto do vista do capital isolado. Do ponto de vista da totalidade, do capital social, a relação continua a mesma.

a transferência da MV ocorre com a formação do preços (supondo-se a venda, claro).
soma dos preços = soma dos valores; soma do lucro = soma da MV. ou seja, na totalidade do sistema, tudo continua regido pela lei do valor trabalho, com quis Marx. A racionalidade existe de certo ponto de vista. Da totalidade sim, do capitalista isolado, não. Mas a totalidade não regeria a particularidade?

o preço de produção teria pro base a taxa de lucro médio geral (entre todos os ramos)? e o que diferenciaria o preço de produção do preço de mercado? seria este último interno ao ramo? preço de mercado depende da oferta e demanda.

o preço de produção é apresentado como eixo de variação do preço de mercado.

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dentro de cada ramo industrial:
a concorrência tende a gerar o mesmo preço de venda para os diferentes capitais.

a igualdade das taxas de lucro transforma os valores em preços de produção e reparte as MVs de acordo com os tamanhos dos capitais.

Sem dúvida a economia burguesa não está interessada na origem dos ganhos senão somente em sua obtenção. Ela está interessada no mercado, não no que mantém e determina seu mecanismo e sua mudança estrutural.


"lema de marx": identidade entre os valores e os preços de produção e entre as massas de mais-valia e de lucro.

lei do valor como fundamento dos preços de produção, que, por sua vez, são os centros de gravitação do preço de mercado.









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